segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Crescer


Cada dia cresço mais.
Uns dias cresço pouco,
como se houvesse faltado chuva
e a seca calou a semente pronta para nascer;
Outros dias cresço muito,
cresço tanto
que até me assusto com as nuvens ao meu redor.

Vivo nesse movimento:
cresço
não cresço
cresço
não cresço...

Mas, mesmo naqueles dias que parece que não aumentei nenhum milímetro,
mesmo nestes dias
muitas coisas acontecem
prepararando, ao menos, as sementes,
para que,
no momento certo,
elas possam germinar,
crescer,
atingir as alturas.

Às vezes achamos, como Alice,
em seu País das Maravilhas,
que é preciso crescer (ou diminuir...)
quando comemos um bolo...
Esquecemos que um bolo, um simples bolo,
nem sempre tem o "poder"
de nos fazer mudar - para cima ou para baixo.

Um bolo não provoca, a princípio,
grandes transformações.
Porém, lá dentro de nós,
na barriga, no coração,
nos pés e nas mãos,
tudo o que colocamos "para dentro"
reflete no que somos, do lado de fora.

Pequenas experiências, cotidianas,
rotineiras,
podem não causar espantosas metamorfoses...
mas, com certeza,
terão modificado algo em nós...
que, mais na frente, poderá resultar
em grandes transformações,
em asas de borboleta,
em vôos coloridos.

Todos os dias cresço.
Ora percebo,
ora ignoro;
algumas vezes me dói,
outras tantas vezes me alegra.

Há algo, contudo,
que nunca muda:
quando mudo,
o mundo muda junto comigo.
Meus olhos, meus dedos, meus sentimentos...
tudo o que sou/estou vê, sente e toca o mundo
a partir e através de mim mesmo...

Por isso, para cuidar do mundo,
para construir um mundo melhor,
preciso cuidar de mim,
me aprimorar,
melhorar,
crescer...
ser feliz!
Assim, terei o mundo que tanto desejo - dentro e fora de mim.

Natalie S. Dowsley.

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