quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Saudade


Lua e Estrela
Vinicius Cantuaria

Menina do anel de lua e estrela
Raios de sol no céu da cidade
Brilho da lua oh oh oh, noite é bem tarde
Penso em você, fico com saudade


Manhã chegando
Luzes morrendo, nesse espelho
Que é nossa cidade
Quem é você, oh oh oh qual o seu nome
Conta pra mim, diz como eu te encontro
Mas deixa o destino, deixe ao acaso
Quem sabe eu te encontro
De noite no Baixo
Brilho da lua oh oh oh, noite é bem tarde
Penso em você, fico com saudade

Resposta II

Transparente demais
Entregue demais.
A intensidade é o meu grande desafio.

Encontrar a medida para o que não se pode mensurar;
conter rios que ousam desafiar o mar;
calar diante do que se deseja gritar;
ter que falar quando há mais prazer em somente escutar.

Há a necessidade, cada vez mais pungente e clara,
de que a vida em mim seja contida.
Soltar os grilhões do que se é e do que se tem
é possibilitar-se viver com intensidade...
Intensidade tal que fere, despedaça, mata.

Morre-se não apenas o que se desejou.
Morre-se parte da espontaneidade, parte da fé no que é autêntico, puro, natural.
Morre-se a liberdade, pedra preciosa do que é humano.
Porque impôr limites aos sentimentos e à entrega é poldar o que há de belo...
mas é também preservar-se íntegro... ou não...

Valerá à pena ou será possível preservar-se íntegro não sendo inteiro no que se vive?
Haverá sentido em dar-se em parte e sofrer a dúvida do que poderia ter sido se a doação fosse total?

Sei apenas que meu coração calou-se frente ao ouvido
Não por discordar do que fora dito
Mas somente por querer ser alvo de afeto,
de um afeto antes conhecido.

O corpo busca o equilíbrio, a homeostase,
ainda que em fontes inadequadas ou incapazes.
Caberá a quem fica - face a face com o oco que habita -
conter-se no desejo de se preencher.

Há mais beleza na solidão do que posso enxergar, hoje, em minha pouca sabedoria.

Natalie S. Dowsley

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Compartilhando riquezas...


"Epígrafe do dia

Por que será mesmo que durante toda a nossa a vida gostamos tanto de ouvir histórias seja sob a forma de narrativas despojadas, de filmes, livros , qualquer feição que tome?

Eu cá penso que seja porque as histórias nos re-ligam aos arquétipos.

Os arquétipos são fundamentalmente simbólicos. Podem ajudar-nos a evoluir, colectiva e individualmente. Se os respeitarmos, poderemos crescer.Os herois empreendem jornadas, enfrentam dragões e descobrem o tesouro do seu verdadeiro Si Mesmo [o nó mais íntimo da Consciência]. Embora possam sentir-se muito sós durante a busca, no final, experimentam um sentimento de comunhão: consigo mesmos, com as outras pessoas e com a Terra. A cada vez que enfrentamos a morte em vida, nos deparamos com um dragão. Se escolhermos a vida em vez da não-vida, mergulhamos mais profundamente na descoberta de quem somos e derrotamos o dragão. Infundimos, assim, vida nova em nós mesmos e na nossa cultura. Mudamos o mundo.

A todos um dia de transcendentes aventuras.

"A razão porque os fantasmas abandonaram os velhos castelos da Escócia é porque as pessoas deixaram de acreditar neles ." (Gilbert Keith Chesterton )"

Ana Lúcia de Mattos Santa Isabel

domingo, 2 de outubro de 2011

A Guerra

Tácitos sentimentos povoam o reino.
Súditos, confusos, correm atordoados,
Desejando buscar refúgio em aconchegos familiares...
Não podem mais.

O desconhecido assusta.

O exército havia se preparado,
Estudado o adversário a ser enfrentado
E acreditava estar apto a uma luta
Dolorosa, mas necessária.
A missão fora compreendida e racionalmente aceita...

Quão sofrido vem sendo ao rei
Dar-se conta da destruição de sua paz:
Corpos dilacerados, almas despetaladas,
Sonhos perdidos para o fogo da morte
Destruindo, por ora, a fertilidade das terras
Que outrora floresciam no coração.

Paixão. O motivo de toda guerra.
E, entre destroços de lares e
Pedacinhos de sonhos espalhados por todo o mar,
Rei e súditos, amordaçados, contêm o grito de dor e se vão,
Mergulhando no recôndito obscuro do que não se sabe ser.

Esperam, pois sabem que a noite passa;
Tentam enxergar as estrelas
Como recompensa da escuridão.

Uma estrela cadente escorre na face de um deles
E todos os demais fazem o mesmo pedido:
Amor, felicidade e paz.

O reino voltará a sonhar.

Natalie S. Dowsley

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Resposta


Em seus olhos brilham
Toda a multiplicidade que compõe o Universo:
Entre raios de sol, candura e luminosidade,
Coabitam os mistérios das sombras,
Cercados por relvas e silêncios inexplorados.

Toda beleza só pode ser sentida
Por quem se permite viver
A magnitude de tudo o que pode ser:
Antíteses e sabores,
Aromas resplandescentes e toques de solidão:
Ingredientes da humanidade que nos fazem imperfeitos
e por isso sábios.

Tudo em seu olhar revela o mistério do que é
Inteiro, tão repartido em pedacinhos de cristais não-curados;
Nada em tuas palavras, tão contidas e silenciosas,
Pode cobrir de indiferença este desejo
Incandescente de amar e viver.

Tal é a beleza destas tantas sensações
Que te envolvem e compõem como
Um simples feixe de luz - branco, é o que se vê; múltiplo em cores, é o que se tem -
Que silencio em respeito a esta semente
Que deseja germinar.

Admirar-te hei, à distância, vendo
Antíteses transformarem-se em alegrias,
Enchendo de beleza todos os sonhos por ora
Adormecidos em potenciais paixões e vida.
Quando, enfim, permitir-te brotar,
Serás livre como pétalas ao vento,
Ainda que unido ao solo para se firmar.

Natalie S. Dowsley

domingo, 3 de julho de 2011

Ímpar

Alguém roubou meus pensamentos/sentimentos e escreveu este texto:


"Esbarramos num fim de ano qualquer. Nascemos dia 17. Passamos pelo término do verão e sobrevivemos ao inverno. 

Os dias escorreram pelo ralo, os minutos escaparam pelo ar e a rotina foi nos engolindo.

 Tentei agarrar a fase das flores pelo pescoço e pedir pra ela ficar mais um pouco.

Você contemporizava e cantava mantras vazios. 'Calma, isso é só o tempo passando. Nada além disso, por favor vamos manter a calma.'

Tive vontade de me livrar dos calendários, quebrar relógios, rasgar folhinhas. Manter a gente junto, juntinho... Mas a gente continuava escapando diariamente.

Piscávamos e não éramos os mesmo, sorriamos e mudávamos de pensamento, chorávamos e já não tínhamos a mesma opinião.

A verdade é que a gente se abandonava a todo momento e só um distanciamento interpretativo foi capaz de permitir conclusões tão óbvias: sobrou só uma saudade imensa daquele fim de ano, do dia 17, do verão que não volta, do inverno anterior.

Acabou sem que notássemos a data. E os números pares nunca mais fizeram sentido pra mim.

(Texto dedicado a todas as mudanças da vida, inclusive as mais imperceptíveis e importantes: aquelas que se passam dentro da gente.)"

Flah Queiroz

Fonte: http://confrariadostrouxas.blogspot.com/

domingo, 26 de junho de 2011

Sempre é tempo de se reinventar...


Composição

Quando perdi quase tudo,
descobri que a dor
não era maior que o sonho.
Quando esqueci o caminho,
vi que o horizonte
ficava do lado errado.
Quando só o meu rosto
sobrava em cada espelho
(e nada do lado de cá),
juntei desalento e desejo
e me reinventei
com carinho.

(Agora pareço comigo
antes de o amor ser
cancelado).

Lya Luft
(Record, 2005:p.75)

domingo, 29 de maio de 2011


Não, meu Coração! Não me peças respostas
porque sou feita, por inteiro, das perguntas silenciadas!
Minha música são os sentimentos perdidos,
a confusão de palavras, o vento que se perdeu do caminho,
a estrada que vai dar não se sabe onde...

Não, Coração, não enches de angústia esse corpo
que te acalenta!
Não me pedes uma paz que não existe,
uma ordem que desconheço,
uma felicidade que meus dedos não alcançam.

Sabes, Coração, que sou feita de qualquer coisa perecível,
que derrete com palavras doces e que endurece como a carcaça da barata,
que Lispector tão bem definia,
para proteger-me de mim mesma diante das dores que o mundo denuncia.

Se eu e tu fôssemos um só, Coração,
seria doloroso viver; seria duro seguir em frente.
Por vezes seria bonito, Coração, olhar as pessoas pelo teu prisma,
e ver cores no cinza do dia, e ver estrelas nas noites nubladas.
Seria como é: antítese e mistério.

Luto para dominar-te, Coração,
mas tens uma força que desconheço!
Por mais que eu te diga que não valho à pena, insistes
em me acompanhar, em seguir ao meu lado,
em se entregar às minhas loucas passagens pelo mundo...

Outra coisa não posso dizer de ti, Coração, se não que és corajoso.
Admiro-te por isso, mas temo por tua sanidade: até quando
restarás inteiro, cacos tantas vezes destroçados e colados,
destroçados e colados, destroçados e colados?!... destroçados...

Em algum momento, Coração, será que conseguirei te dar a paz
que procuras e me pedes todos os dias?
Será que te darei todas as respostas indecifráveis e contidas?
Saberá Deus o que vai ser de nós, Coração... Eu e tu...
Juntos, somos esse "isso" que desconheço, que me assusta,
que é o que sou, apesar de tudo.

Sozinha, será que eu existiria?
Sozinha, não seria o que sou:
um girassól de contrastes: fortaleza do caule,
leveza das pétalas;
ilusão da inflorescência,
beleza do mistério das verdadeiras flores escondidas
por trás das folhas modificadas.

Sobreviventes, seguimos em nosso caminho sem rumo,
Coração.
E enquanto houverem dúvidas e incertezas,
saberei de nossa existência
e poderei dizer: há vida, exatamente como fruto de todo o caos que nos habita.

Natalie S. Dowsley

sábado, 14 de maio de 2011

Ana Jácomo

Para não perder de vista, compartilho um texto lindo de Ana Jácomo, exposto no blog de uma amiga muito querida, Patrícia: http://patricia2709.blogspot.com.


"Não sei exatamente em que momento comecei a despertar. Só sei que não importam todos os rabiscos que já fizemos nem todos os papéis amassados na lixeira, porque todo texto bom de ser lido antes foi rascunho. E, por mais belo que seja, é natural que, ao relê-lo, percebamos uma palavra para ser acrescentada, trocada, excluída. A ausência de uma vírgula, a necessidade de um ponto, uma interrogação que surge de repente...

Viver é refazer o próprio texto muitas, incontáveis, vezes.

Não sei exatamente em que momento comecei a despertar. O que sei é que não quero aquele sono outra vez..."

Ana Jácomo
(http://anajacomo.blogspot.com/)

Na verdade, por mais prazeroso ou doloroso que seja, depois de sujar de amarelo a ponta dos dedos, não há mais como fugir do desejo de ter o sol nas mãos...
Quando experienciamos algo, não há mais como voltar atrás e ser o que se era antes.

Eu, por mais doído que seja, não quero mais viver sem ter essa VIDA (energia, luz, movimento) que conheço hoje. Não há mais como voltar atrás e abdicar disso... "Não quero aquele sono outra vez".

sábado, 30 de abril de 2011

Boas Lonjuras!


Para onde vou, não importa!
Porque quem faz o caminho
Sou eu.
Se vou em frente ou sigo torta,
Caberá a mim pagar as contas.

Na hora de enfrentar o dragão
Estarei sozinha e será em vão
Buscar apoio e conivência
Pois nada acalentará minha consciência.

Sou o que preciso ser
E sabiamente devo me ouvir.
Não descartar nada que me integra
E usufruir de toda a "muiteza"
Que me habita.

Em cada pequeno fim de minha jornada
Serei vitoriosa e também vencida
Pois não há um só passo adiante
Que não deixe pra trás milhares
de sonhos adiados,
de passos não-dados.

No momento certo, recolher-me,
e morrer para a lagarta
e viver para os céus.
No momento certo, acordar,
E só parar de sonhar quando
cobrir-me o véu.

Que, montada em algo que voe -
um chapéu, um sonho, um rinoceronte -
eu chegue longe e ria, satisfeita;
um riso real, de liberdade;
jamais um riso tênue, em gasosidade.

Que eu não esqueça do inesquecível,
Mas não o use como algema ou mordaça.
Que a honestidade e lealdade a mim
sejam meus guias,
E que a lonjura da minha vida
Se meça por minha felicidade.

Natalie S. Dowsley

Para aqueles que, como eu, vêem muita poesia na história de "Alice no País das Maravilhas", recomendo o filme sobre esta história, lançado ano passado.
Muito bom!!!

terça-feira, 29 de março de 2011

Fogo

Não é preciso tocar para sentir
Nem supor para viver.
Bastam os olhos que se seguem
E as palavras que ecoam.

O poder do que é dito
É capaz de produzir efeitos de explosão
Derrubar muros de acomodação,
Fazer ruir a calmaria,
Destruir a paz que se supunha existir.

Precisamos redescobrir a força do mistério
A beleza do desconhecido
Mesmo quando o novo já é tão antigo...
Precisamos reinventar para fazer reviver.

Eu quero voltar a sentir.
E você, o que deseja?
Quero o desejo, o tremor do toque inesperado.
Quero o fogo.
O fogo.

Natalie S. Dowsley

terça-feira, 22 de março de 2011

Felicidade no trabalho: item necessário ou luxúria descartável?

















Se nos pedirem uma resposta rápida e direta à pergunta "o que você busca para a sua vida?", certamente ouviríamos muitas respostas aproximadas à máxima: "DESEJO ser FELIZ".
Então, porque será que ainda é muito difícil para algumas empresas compreender que o sucesso de uma organização, assim como o sucesso na vida pessoal, está intimamente ligado aos níveis de FELICIDADE experimentados nesses espaços?

Numa visão antiga e não mais incentivada, o setor de Recursos Humanos das empresas limitava-se aos processos operacionais de recrutamento e seleção de pessoal e à garantia por formar equipes produtivas e que rendessem lucros à empresa.

Hoje, o RH tem outros compromissos, bem mais amplos e complexos. Sua atuação tem um caráter muito mais estratégico, devendo orientar as ações do setor visando garantir:
• processos de seleção eficientes, contratando pessoas que comunguem da mesma visão e valores da empresa, possibilitando o engajamento, produtividade e manutenção do profissional, que atuará de forma motivada e eficiente;
• ações de desenvolvimento permanente de pessoas, com foco nos gestores, possibilitando o fortalecimento das lideranças e equipes e garantindo o aproveitamento do potencial de cada profissional do time;
• programas de manutenção do bem-estar dos profissionais, através de canais de comunicação interna eficientes, eventos de valorização do pessoal (aniversariantes do mês, homenagem por tempo de casa, datas comemorativas, etc), acompanhamento do trabalhador ao longo do período de experiência e durante o processo de desligamento;
• Dentre outros processos que devem ser projetados e aplicados, levando em conta, permanentemente: quais os benefícios que se deseja alcançar com a ação; quais os custos e retornos previstos; quais os benefícios alcançados a curto, médio e longo prazo; e de que forma serão acompanhados os projetos implementados, averiguando, através de indicadores, o que pôde ser alcançado através da ação programada/aplicada.

Mas, na minha opinião, o principal avanço do RH atual está na compreensão de algo muito simples:
QUANTO MAIS FELIZ NA EMPRESA,
MAIS COMPROMETIDO E EFICIENTE SERÁ O PROFISSIONAL.

Parece óbvio pra você?! Pois sinta-se privilegiado, caro colega, porque para muitos gestores isso ainda é algo "romântico", irreal e fantasioso demais. Em outras - e bem preconceituosas - palavras: "é coisa de psicólogo!".

Ironias à parte, o fato é que uma pessoa quando está feliz onde está - seja num relacionamento amoroso, seja na relação com o trabalho - tende a se dedicar muito mais. A motivação, nestes casos, costuma estar às alturas e não se medem esforços para fazer "o serviço" bem feito. Determinadas a oferecer o seu melhor, as pessoas, nestes casos, tendem a apresentar um desempenho muito bom, ampliando a qualidade da relação estabelecida e aumentando, também, as chances de sucesso desta parceria. E, por se dedicarem com tanto afinco, pessoas felizes possibilitam que os frutos desta relação sejam atrativos/lucrativos para os dois lados.

O RH contemporâneo sabe que a FELICIDADE é um índice que deve ser aferido e acompanhado de perto, pois é indicativo sobre: se as políticas da empresa estão alinhadas com as atividades e necessidades de cada setor; se os benefícios e salários estão atrativos; se a comunicação interna está fluindo adequadamente; se os líderes estão sabendo cuidar de suas equipes, dialogando com franqueza e estimulando a participação, criatividade e potencialidade de seu grupo... Enfim! A felicidade indica se o clima da empresa está saudável e oportuno para a manutenção da qualidade e produtividade das pessoas ou se precisa de reajustes.

O consultor organizacional e autor de livros na área, Francisco Gomes de Matos, fala sobre o QF, Quociente de Felicidade. Em entrevista para o site http://www.rh.com.br/, ele diz:

"Ao longo de minha trajetória profissional, seja como dirigente ou consultor empresarial, constatei o quanto as empresas perdem em potencial de desenvolvimento e produtividade devido à desvalorização humana que geram desânimo, mágoas, ressentimentos e falta de entusiasmo pelo trabalho. Percebi, como efeito cascata, a significativa falta de felicidade nas organizações, tanto nos dirigentes como nas lideranças médias e no corpo funcional como um todo. Um verdadeiro círculo vicioso que prejudica a todos sem distinção. A infelicidade gera perda de lucro para a empresa e de saúde para o ser humano."

O QF é considerado "o fator de cultura, inteligência e emoção capaz de construir uma empresa feliz, produtiva e duradoura."
A proposta é desenvolver na empresa um Ciclo de Felicidade no Trabalho e utilizar o QF para averiguar os bons níveis de felicidade na empresa.
"De maneira bem prática, a metodologia do Ciclo de Felicidade no Trabalho indica como desenvolver a qualidade de vida nas organizações, por meio da cultura da participação e de um clima de abertura motivadora, onde produzir significa realizar e se realizar."

E como o RH pode verificar os índices de felicidade no trabalho? Sobre isso, Matos afirma:
"As atitudes e os comportamentos do corpo funcional de uma empresa são os principais indicadores da felicidade no trabalho. Podemos mensurar esses fatores através de mecanismos científicos, como pesquisas quantitativas e qualitativas ou, também, de uma maneira empírica e direta, como passeios pelas instalações da empresa, onde se pode perceber o semblante e as manifestações de espontaneidade nos relacionamentos. Felicidade gera confiança, que, por sua vez, produz integração e co-responsabilização por objetivos comuns."

E como o RH pode estimular a formação/manutenção de um ambiente feliz?
"A área de RH exerce a função estratégica de sensibilizar as lideranças da empresa para a importância da cultura da participação e da valorização das pessoas no ambiente de trabalho. Cabe ao profissional de RH assumir o papel de formador de opinião e de agente multiplicador de atitudes de respeito e consideração aos valores humanos, tendo como referência motriz a convivência das diversidades e a cooperação pelo maior bem-comum da humanidade: o direito à felicidade."

Desta forma, não há como nem porque negar: uma pessoa feliz é mais saudável, mais ativa, possui mais energia, é mais produtiva e eficiente, apresentando a motivação em alta e um bom comprometimento com a empresa e os colegas de trabalho.

Funcionário feliz exige investimentos, inclusive financeiros, das empresas; porém, a relação custo-benefício é inquestionável: VALE MUITO À PENA TER PESSOAS FELIZES EM SEU TIME!

E você, como anda o QF no seu trabalho atual?
(Se não estiver muito positivo, indique a leitura deste texto pro chefe! Quem sabe não ajuda... "Quem não arrisca, não petisca", não é?! Risos)

Natalie S. Dowsley

quarta-feira, 2 de março de 2011

Deixar Fluir...

"A vida é uma série de mudanças naturais e espontâneas. Não resista a elas - isso só gera tristeza.
Deixe a realidade ser realidade. Deixe as coisas fluírem naturalmente pelo caminho que elas seguirem"


(Lao-Tsé)

Interessante...
O nome que dei a este blog, meu cantinho especial, criado pra ser a minha cara, minha expressão mais verdadeira: "Como um rio..."
Até as reticências, no final do nome, remetem ao sentido maior das águas: sua fluidez, seu movimento natural e permanente, que perde sua beleza se for contido por barragens ou por pontos finais.
O interessante disso tudo é que, hoje, ao ler a frase compartilhada pelo colega Nicholas Gimenes, me dei conta de como estou afastada desse meu desejo de ser RIO: incontido, natural, em movimento constante.

O rio não pensa se deve seguir em frente, se deve fazer a curva que as pedras lhe impõem... o rio simplesmente FLUE.
Ele vai indo... vai indo... sem dores, sem medos, sem questionamentos.
Não me venham me dizer: "Há!,é claro! O rio não pensa, não tem sentimentos, não reflete nem filosofa!". Esse comentário só reafirma a minha idéia de que FELIZ É O RIO, e aquele que vive como ele!

De que adiantam as nossas crises existenciais, nossos medos, nossas ansiedades por não estarmos seguindo o rumo que nosso organismo já sinalizou que deseja, que precisa seguir?
De que adiantam as perguntas socráticas, as filosofias mais sábias, as análises mais apuradas, se, no final de tudo, ficarmos presos à racionalidade dos pensamentos, à sabedoria dos nossos questionamentos, esquecendo do desejo do corpo, da vontade do organismo, da sabedoria que existe NATURALMENTE em cada ser vivo e que o direciona para o que lhe é melhor?

Vivo uma crise imensa, hoje, e sei que tudo isso é porque não tenho coragem suficiente para DEIXAR-ME FLUIR, como o rio que tanto admiro e quero ser.
Minha resistência aos sinais claros e límpidos do meu organismo só têm me enchido de tristeza.
Mas, como não sou - não somos, nós todos! - tão espontânea e simples como os rios, como a natureza mais pura, vivo minha crise, intensa e profunda, tentando descobrir se devo ser o que acho que preciso ser... ou se devo ser aquilo que acho que sou, realmente.

Um dia encontro a resposta...
E espero que ela chegue, fluida e leve, como as águas de um belo rio.

Natalie de S. Dowsley
(em Coelho Neto/MA)