sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Liberdade é responsabilidade

Não sei exatamente porque
Mas somos seres habituados
À rotina.

Por mais que busquemos atividades diferentes,
Por mais que façamos coisas diferentes diariamente,
Mesmo que nosso dia-a-dia seja,
A cada dia, algo novo;

Mesmo assim, somos seres de rotina.

Precisamos nos acomodar,
Minimamente,
Em posições familiares,
Ao menos para não nos perdermos de nós mesmos.

Buscamos homogeneizar
Nossas ações, nossos pensamentos,
Desejando formar e nos convencer de que há
Uma identidade propriamente nossa.

Caminhando a passos largos,
Ou lentamente,
Com todas nossas diferenças
Buscamos certezas sobre o que somos realmente.

O perigo da existência humana está
Justamente no afã de nos imortalizar
Pois para isso nos acostumamos a repetir ações e pensamentos,
Por mais irracionais e pouco saudáveis que estes sejam...

Repetimos palavras,
Ecoamos pensamentos
E nos prendemos, sem perceber,
A uma prisão feita de nós, por nós mesmos.

Acomodamo-nos às coisas familiares,
E, aprisionados,
Seguimos repetindo o que poderia se interromper...
Se ousássemos mudar.

Mas mudanças podem nos afastar
Da ilusão que pensamos ser,
E nos perder da identidade
Que levamos anos para tecer.

Quando, impetuosamente maduros,
Ousamos nos libertar dos estereótipos,
Entendemos que os limites que nos constituem,
Na verdade, nos destroem...

Livres, compreendemos que somos seres de mudança,
E que ter identidade não é limitar-se
À solidão e fria figura de uma estátua:
Ter identidade é, simplesmente, ser.

Metamorfoseando-nos, a todo instante,
Nos tornamos sempre mais nós mesmos,
Cada vez mais próximos, pelas semelhanças e diferenças,
Dos outros que somos em parte.

Conscientes de que mudamos, a cada segundo,
Desde a pele até a alma,
Nos responsabilizamos pelo que nos tornamos,
Escolhendo com sabedoria cada passo dado à vida.

Natalie S. Dowsley.

Nenhum comentário: