sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Transparente


Transparente

Eu gosto das coisas claras.
O móvel da sala, as cortinas do quarto,
o dia ensolarado, a alma das pessoas.
Gosto do que é límpido.

Admiro a bola de sabão
Por sua transparência e leveza
E busco, na imensidão de todos os olhos,
um pouco dessa clareza.

Gosto daquilo que é óbvio,
daquilo que é misteriosamente simples.
Não gosto do escondido, do não-dito,
do inexpressivo.

Amo aquilo que se revela a mim
Desde o primeiro toque dos nossos olhos,
Desde o primeiro beijo de nossas almas.
Gosto do que posso amar ou odiar, sem incertezas.

Adoro os corações incolores,
que não se escondem por trás de
desculpas esfarrapadas.
Adoro o que é dito, por mais que dóa.

Gosto de saber, de ser informada, de ser
tocada... ou, até mesmo, trocada...
desde que seja às claras,
desde que haja honestidade.

Adoro a chuva, as crianças,
as lágrimas e as lembranças:
são todas sinceras, autênticas,
preocupadas apenas em ser...

Amo a sinceridade de um não,
principalmente comparado
a um sim esquizóide,
dividido entre meias-verdades.

E em cada sonho que construo
Rezo para que o mundo
Seja cada vez mais limpo,
Cada vez mais autêntico,
Cada vez mais bonito.

Natalie S. Dowsley.

Um comentário:

Patrícia disse...

Lindo, Nathi!! Adorei, texto leve de idéia profunda...
E o mais interessante foi te ver no texto, viu?!
Lindo mesmo!