domingo, 30 de novembro de 2008

Drogas: efeito dominó

Senti necessidade, após ler uma reportagem, em falar sobre o uso de drogas.
Não tenho pré-conceitos sobre quem faz uso de substâncias psicoativas, lícitas ou ilícitas... Mas, seria difícil, para mim, não assumir uma posição quanto ao uso de drogas.

A reportagem que deu margem a essa minha necessidade pode ser conferida no endereço http://www.bonde.com.br/bonde.php?id_bonde=1-3--644-20081128.
Mas, não pretendo girar em torno da notícia acima.
Prefiro falar de minhas experiências e sentimentos.

Drogas são quaisquer substâncias, naturais ou sintéticas, que produzem modificações no organismo e em suas funções. Nesse conjunto de possibilidades estão os remédios, as substâncias obtidas através de plantas, como a maconha e alguns chás, as drogas produzidas "em laboratório", como o crack, a heroína... Na verdade, se pensarmos direitinho, tudo no mundo pode funcionar como uma "droga": o chocolate, o refrigerante de coca, o café, e até um "amor" patológico... Tudo, quando em excesso, pode causar mudanças pouco saudáveis no organismo.

Sem entrar, portanto, nessa discussão sobre o que é "droga", o que é "ruim", se deve ou não ser legalizado, etc, gostaria apenas de refletir sobre a dependência de drogas.

Muitos afirmam e defendem a idéia de que as drogas não fazem mal à saúde dos seus usuários: não matam neurônios, não podem levar à depressão ou ao suicídio, etc. Outros, por sua vez, defendem que as drogas, todas elas, causam problemas, a curto e longo prazo, no corpo e na vida dos usuários.
Independente disso, as drogas são uma droga!

Mesmo que não façam mal à saúde do seu usuário, fazem um mal tremendo à saúde das pessoas ao seu redor!
Pais, filhos, vizinhos, amigos... todos sofrem as conseqüências ao conviver com dependentes de drogas. O cigarro, quando fumado por um, pode levar ao câncer de pulmão do outro, que nunca pôs um cigarro na boca. O álcool, bebido "socialmente" por uma pessoa, pode levar ao acidente de carro que mata mais quatro, que estavam sóbrios, ou à violência doméstica, que, sabe-se, é muitas vezes iniciada após uma grande "bebedera".
O crack, a heroína, a cocaína, podem induzir a alucinação e o delírio, levando um usuário a matar um desconhecido porque acreditava piamente que este era um assassino que estava lhe perseguindo e que queria lhe matar. Ou, ainda, pode abrir "portas" que levam adultos a abusarem sexualmente de crianças.

Todas as drogas podem fazer mal aos seus usuários.
Mas, pior do que isso: todas as drogas podem fazer muito mal aos outros, que convivem com esses usuários.
Não acho que a dependência química seja um "problema" exclusivo do usuário ou que este deve ser "abandonado" e tratado como um "fraco" ou egoísta... Não! Sei da imensa importância do apoio da família e dos amigos no tratamento das dependências. Sei, também, que se trata, muitas vezes, de uma doença e, desta forma, não é algo "fácil" de resolver sozinho.

Porém, acredito que, se a pessoa que usa drogas não se conscientiza do problema que está causando a si e aos outros, se não assume que, de fato, precisa de cuidados, dificilmente qualquer tratamento trará resultados positivos quanto ao abandono das substâncias... e, assim, perpetuará a dor e o sofrimento daqueles que querem ajudar aqueles que amam, mas que também querem viver uma vida minimamente tranqüila e feliz...

Natalie S. Dowsley

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