sábado, 15 de agosto de 2009

O poder dos PRATINHOS


Existem pessoas muito especiais, que conseguem transformar idéias, sentimentos e palavras perdidas na nossa cabeça, em acontecimentos lindos, cheios de sentido e profundidade.
Quando esses eventos chegam em mim, sinto-me honrada em poder compartilhar.
Espero que esse texto, em especial, seja lido por muita gente!

Para contextualizar...
A autora, Ana Lúcia, atua na área de Recursos Humanos. Possui, portanto, grande contato com pessoas, e convive com a angústia de muitos que estão "disponíveis no mercado", desempregados. Ela sabe que, infelizmente, nós, profissionais de R.H., não podemos empregar todos os que estão em busca de trabalho.
Mas Aninha sabe, também, que é função primeira de qualquer profissional que assuma tal departamento oferecer um feedback aos candidatos que entrevistamos, aplicamos testes, provas, dinâmicas... e enchemos de esperança!
Esse retorno ao candidato é OBRIGAÇÃO dos selecionadores. E mesmo que não fosse: trata-se de algo maior, mais importante do que a "obrigação": trata-se de HUMANIDADE!
Muitos profissionais, no entanto, parecem estar perdendo tal característica, seja pelo corre-corre, pelas exigências da empresa que representam... ou porque esqueceram da tal EMPATIA, que falamos há pouco nesse blog...
A ausência de feedback é geral, não se restringe apenas ao retorno aos candidatos... As pessoas parecem não estar mais investindo na COMUNICAÇÃO... seja no trabalho, nas famílias, nas escolas, com os filhos, maridos, amigos, vizinhos...
Precisamos recuperar o respeito e o carinho com o próximo. Nosso mundo está pedindo por isso!

Com a devida autorização, espalho as palavras lindas dessa profissional excepcional:

"Bom dia, pessoal,

de volta de uma peregrinação paulistana que foi uma verdadeira acontecência, me peguei pensando em pratinhos e feedbacks. Explico.
Quando eu era menina, havia na vizinhança um saudável hábito.Sempre que se fazia alguma delícia mais extraordinária, um doce de abóbora, uma cocada, um bolo , levava-se um pedaço ao vizinho. A gostosura ia acomodada em um pratinho, em geral pertencente à melhor louça da casa , coberto com um daqueles guardanapos remanescentes do enxoval, com bordados e rendinhas.
O mais tocante era que o vizinho obsequiado, na primeira oportunidade, devolvia o pratinho recheado de suas próprias gostosuras: bolinhos, manjar, pastel, o que fosse. Sempre o melhor. O troca –troca de pratinhos se mantinha confiável por anos a fio. Cada vizinho empenhado em oferecer o melhor de si ao outro.
Este hábito, somado a outros, garantia a boa vizinhança, auxiliava na construção de relacionamentos longos e confiáveis.
O mundo mudou , os pratinhos se foram e com eles se foi, ao que parece, a disposição da melhor resposta a quem nos obsequia seja com gostosuras, seja com informação, serviços, ideias.
A ausência de feedback tão encontradiça em nosso meio se parece muitíssimo com a ausência da devolução do pratinho.
Vejamos: uma pessoa lança entre nós pedidos de indicação, de informação, de proposta de trabalho. A gente responde, investe tempo, queima a mufa, e depois...silêncio sepulcral. A gente insiste, culpa a net, acha que a mensagem não chegou e nada. O pratinho não volta. Isto dá um enorme vazio na vizinhança. Que falta faz!
Eu cá anseio pela volta da cortesia, dos pratinhos e da prática de oferecer respostas mesmo que desanimadoras àqueles que nos ofertam seu melhor.
Bem, a frase do dia, quem sabe, ajude , sensibilize.
A propósito, gostaria imensamente de saber o que vocês pensam a respeito.

“ A cortesia é a linguagem dos anjos.“
( Baden Powell)

Ana Lúcia de Mattos Santa Isabel
http://www.orioncomunicacao.com.br/ "

4 comentários:

Luma Rosa disse...

Natalie, antigamente as pessoas 'pareciam' mais próximas, acho que a etiqueta, boa educação favorecia isto! Essa troca de pratinhos eu ainda mantenho, mas com pessoas especiais - uma vizinha e uma amiga que mora um pouco longe, mas que sempre que vou na casa dela, levo uma guloseima ou flores. Faço isto também quando visito pela primeira vez, uma pessoa em sua casa. Gentilezas que o mundo moderno se esquece. Mamãe já acha que o mundo empobreceu e por isso, muita gente não faz mais essa graça.
No sentido do texto, não acho que a comunicação esteja prejudicada. Pelo contrário, talvez o distanciamento, não precisando estar fisicamente para se comunicar seja fator que dê uma idéia de não comunicação. As empresas estão agéis e sei que se recusar um convite de trabalho, tenho que agradecer, senão, não sou mais chamada a participar de algumas listas. De praxe, acho que quem mais precisa, deve correr atrás e pelo exemplo, até insistir, dar uma 'lembrada'.
Entre os blogues, são poucos os que não devolvem o prato. hehehehehe uma minoria não troca gentilezas e fica com o prato! Mas não vou entrar no mérito, justo por mim, que gostaria de ser mais presente e a falta de tempo não deixa. Beijus

Newton Kage disse...

Querida,
deixei um presente p/ vc (Vale a pena ficar de olho!) lá no meu blog!
Fique c/ Deus!
KG

Sabrina Noureddine disse...

Lindo texto!!!
Te conheci através do blog do KG, tb concordo que o mundo precisa de mais gentileza, de mais proximidade, e acredito que juntos faremos um mundo melhor.
Abs., Sabrina.
PS: Gostei tanto que vou ficando...

Newton Kage disse...

O fato é que as pessoas assumem papeis e se esquecem que há pessoas, que acreditam, que depositam suas esperanças em novas oportunidades; colocam-se em pedestais, tornando-as descartáveis... "Pimenta no ... dos outros é refresco!" é a grande máxima!
Mas, acredito que aos poucos tal visão está mudando na medida em que, com o avanço tecnológico (o Twitter, por exemplo, um candidato também pode apresentar o real pensamento de uma empresa, por meio das atitudes de seus funcionários e terceirizados (pessoal do RH).
Enfim, sempre caberá o respeito ao ser humano!
Bj,