quarta-feira, 9 de julho de 2014

Tic Tac


Areia escorrendo ao som do uivo dos ventos;
Ponteiros se enlaçam e se afastam
Como se dançassem um tango triste;
Luz e escuridão simulam uma peça e nos fazem meros fantoches.

Entre valsas lamuriosas, olhamos o maestro a conduzir
Vidas, sonhos e lágrimas,
Mudando rumos e reordenando o Universo sem cerimônias

Ora atônitos, ora entediados,
Talvez por mera ilusão de paz por vezes deixamos que passe
Sem causar-nos a dor que lhe caberia fazer.

O acúmulo de histórias e estórias nos encharca o peito
E cada adeus é uma parte desse mundo que se precipita.
Aprendemos, a cada instante, que colher pedacinhos reluzentes de vida,
Caídos ao chão, é parte inevitável da caminhada.

E o Tempo, astro-rei de tudo o que é vivo,
Continua a acarinhar, sem pudor, as cordas do violino
Entoando momentos de vida harmônica em contraste com o desafino das despedidas.

Natalie S. Dowsley
09/07/2014


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