domingo, 19 de dezembro de 2010

Paixão


Habitamos um mundo complexo.
Prova maior disto é que nada ao nosso redor foi, mesmo após tantos anos de nossa existência "inteligente e racional", plenamente revelado, esclarecido, desmistificado.

Teorias, existem diversas; mas, certezas inquestionáveis e inabaláveis, nenhuma.
O universo - com suas estrelas, planetas, buracos-negros, cometas... -, os mares, o ar, os animais... e nós: tudo e cada um, um micro-universo complexo e relativo, variável e impressionante.

Somos um mundo complexo.
Feitos de muitas partículas - células, gases, líquidos, ódios e amores... -, em geral nem nós mesmos nos compreendemos.
Entramos em "crises existenciais", formamos grupos com pessoas de mesmos interesses, pagamos terapia, aprendemos a tocar um instrumento, vamos ao psiquiatra, choramos rios e vales, nos isolamos... Em suma, lutamos!

Ora, a luta é pela des-coberta: tirar as máscaras, conhecer-se verdadeiramente, saber suas próprias vontades; em outros momentos, a corrida é pelo esconder-se: ir vivendo sem pensar em nada mais profundo do que qual a cor da blusa que se vestirá hoje ou se vai comer hamburguer ou apenas uma maçã...

Somos mesmo bem complicados.

A paixão entra, nisto tudo, como um daqueles elementos misteriosos que nos fazem parte. Elemento tão complexo quanto nós mesmos: ao mesmo tempo que é denso, conferindo força e intensidade às nossas ações, é leve como uma pétala ao vento, levando-nos com tranquilidade pelo ar quando deixamo-nos guiar por esta força.

Assim como o universo sinaliza quando uma chuva se aproxima, nosso corpo dá sinais sobre as mudanças que ocorrem em nós. Tal como no caso da chuva, poucas pessoas conseguem decifrar ou dar valor a estes sinais... Em geral, ignoramos. E muitas vezes seguimos com a vida, desconsiderando o que ocorre em nosso corpo, em nosso micro-universo.

A paixão, elemento que nos move quando em sintonia com nosso corpo e desejos, fica aprisionada, presa, amordaçada.

Muita gente vive assim por anos. Alguns, por toda a vida.
Outros, adoecem: não suportam viver em contradição consigo mesmos por muito tempo.
Quem saberá o que é "o melhor", o mais saudável entre estes dois extremos?!...

Hoje, estou tentando deixar fluir minhas vontades, encontrar meu verdadeiro rumo, meus anseios... Estou tentando me libertar das prisões e armadilhas que criei para mim.
Lutando por permitir-me ser o que sou, deixando a paixão agir e me guiar.
Não sei até onde vou em sua companhia. Mas comecei minha jornada.
Certamente chegarei em algum canto... E se esse canto for ao menos uma pequena parte descoberta de meu próprio universo, já será um "pequeno passo para um homem, mas um grande salto para a humanidade"... para a minha humanidade.

Natalie Dowsley

2 comentários:

Juhjuh disse...

OI Natalie,
adorei seu texto e obrigada pelo comentario
ainda faço flamenco sim, estou apaixonada
agora entramos em recesso...voltamos so em fevereiro, mas aparece por la sim! quando souber das matricular vou divulgar,senao no blog pessoal divulgo no meu blog de dança (tem la no link "dancing")
espero vc por la no cervantes
beijao

Juhjuh disse...

Oba! então nos vemos sim em fevereiro! :D
Espero que vc goste de la
e obrigada pelo comentario lindo
beijocas