Alguém roubou meus pensamentos/sentimentos e escreveu este texto:
"Esbarramos num fim de ano qualquer. Nascemos dia 17. Passamos pelo término do verão e sobrevivemos ao inverno.
Os dias escorreram pelo ralo, os minutos escaparam pelo ar e a rotina foi nos engolindo.
Tentei agarrar a fase das flores pelo pescoço e pedir pra ela ficar mais um pouco.
Os dias escorreram pelo ralo, os minutos escaparam pelo ar e a rotina foi nos engolindo.
Tentei agarrar a fase das flores pelo pescoço e pedir pra ela ficar mais um pouco.
Você contemporizava e cantava mantras vazios. 'Calma, isso é só o tempo passando. Nada além disso, por favor vamos manter a calma.'
Tive vontade de me livrar dos calendários, quebrar relógios, rasgar folhinhas. Manter a gente junto, juntinho... Mas a gente continuava escapando diariamente.
Piscávamos e não éramos os mesmo, sorriamos e mudávamos de pensamento, chorávamos e já não tínhamos a mesma opinião.
A verdade é que a gente se abandonava a todo momento e só um distanciamento interpretativo foi capaz de permitir conclusões tão óbvias: sobrou só uma saudade imensa daquele fim de ano, do dia 17, do verão que não volta, do inverno anterior.
Acabou sem que notássemos a data. E os números pares nunca mais fizeram sentido pra mim.
(Texto dedicado a todas as mudanças da vida, inclusive as mais imperceptíveis e importantes: aquelas que se passam dentro da gente.)"
Flah Queiroz
Fonte: http://confrariadostrouxas.blogspot.com/