sábado, 30 de abril de 2011

Boas Lonjuras!


Para onde vou, não importa!
Porque quem faz o caminho
Sou eu.
Se vou em frente ou sigo torta,
Caberá a mim pagar as contas.

Na hora de enfrentar o dragão
Estarei sozinha e será em vão
Buscar apoio e conivência
Pois nada acalentará minha consciência.

Sou o que preciso ser
E sabiamente devo me ouvir.
Não descartar nada que me integra
E usufruir de toda a "muiteza"
Que me habita.

Em cada pequeno fim de minha jornada
Serei vitoriosa e também vencida
Pois não há um só passo adiante
Que não deixe pra trás milhares
de sonhos adiados,
de passos não-dados.

No momento certo, recolher-me,
e morrer para a lagarta
e viver para os céus.
No momento certo, acordar,
E só parar de sonhar quando
cobrir-me o véu.

Que, montada em algo que voe -
um chapéu, um sonho, um rinoceronte -
eu chegue longe e ria, satisfeita;
um riso real, de liberdade;
jamais um riso tênue, em gasosidade.

Que eu não esqueça do inesquecível,
Mas não o use como algema ou mordaça.
Que a honestidade e lealdade a mim
sejam meus guias,
E que a lonjura da minha vida
Se meça por minha felicidade.

Natalie S. Dowsley

Para aqueles que, como eu, vêem muita poesia na história de "Alice no País das Maravilhas", recomendo o filme sobre esta história, lançado ano passado.
Muito bom!!!