sábado, 31 de janeiro de 2009

Mário de Andrade

"As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos. Quero essência, minha alma tem pressa... Quero viver ao lado de gente que sabe rir dos seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade e deseja tão somente andar em paz e amor no coração. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes nunca será perda de tempo."

Mário de Andrade

A águia

As mudanças assustam, mesmo aquelas que sempre sonhamos, desejamos...
Mudar é ter que abdicar de um modelo já conhecido, de atitudes já tomadas como parte de nós...
Mudar é ter que abandonar antigos costumes e descobrir novos caminhos e formas de caminhar...
Por isso, o medo, a angústia, a ansiedade.
Estou vivendo isso... mas com uma FELICIDADE sem tamanho!!!
Não vejo a hora da mudança chegar e me possibilitar mudar de verdade, me trazendo novos ares, novos passos, sentimentos novos, um corpo novo!
Quero renascer, como as águias... com as dores e as alegrias da minha transformação!!!

"A águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie, chega a viver cerca de setenta anos. Porém, para chegar a essa idade, aos quarentas anos, ela precisa tomar uma séria e difícil decisão. Aos quarenta anos, suas unhas estão compridas e flexíveis e já não conseguem mais agarrar as presas das quais se alimenta. O bico, alongado e pontiagudo, se curva, apontando contra o peito. Estão as asas, envelhecidas e pesadas, em função da grossura das penas, e, voar aos quarenta anos, já é bem difícil!
Nessa situação, a águia só tem duas alternativas: deixar-se morrer... ou enfrentar um dolorido processo de RENOVAÇÃO, que irá durar cento e cinqüenta dias. Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e lá se recolher, em um ninho que esteja próximo a um paredão. Um lugar de onde, para retornar, ela necessite dar um vôo firme e pleno. Ao encontrar esse lugar, a águia começa a bater o bico contra a parede até conseguir arrancá-lo, enfrentando corajosamente a dor que essa atitude acarreta.
Espera nascer um novo bico, com o qual irá arrancar suas velhas unhas, com as novas unhas, ela passa a arrancar as velhas penas. E só após cinco meses, “renascida”, sai para o famoso vôo de renovação, para viver, então, por mais trinta anos.
Muitas vezes, em nossas vidas, temos que nos resguardar, por algum tempo, e começar um processo de renovação. Devemos nos desprender das (más) lembranças, (maus) costumes, e outras situações que nos causam dissabores, para que continuemos a voar.
Um vôo de vitória, somente quando livres do peso do passado (pesado), poderemos aproveitar o resultado valioso que uma renovação sempre traz. Destrua, pois, o bico do ressentimento, arranque as unhas do medo, retire as penas das suas asas dos maus pensamentos e alce um lindo vôo para uma nova vida.
Um vôo de vida nova e feliz!"

(autor desconhecido)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Revelação

"Eu existi, eu sou, eu pensei, eu senti, e eu queria que você soubesse."

(Rachel de Queiroz)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Sobre a VIDA!!!

Somos seres estranhos...
Geralmente, sofremos em estar próximos de pessoas que sofrem... o sofrimento alheio nos lembra a posiibilidade de nossos sofrimentos.
Quando alguém próximo adoece, doença grave e inesperada, nos assustamos. Não apenas pela doença do outro, por preocupação com sua vida... mas, também, por temermos nosso adoecimento, por nos preocuparmos com nossa vida. Não falo de doenças "contagiosas"; falo da contagiosidade que é a realidade da morte.
Estando doente, nos aproximamos do contato direto com a morte. Enxergamos, por mais difícil que seja, que a morte não é uma figura externa, personificada.
"Afinal, se a morte for uma entidade perseguidora, ainda poderemos encontrar uma forma de enganá-la; além disso, por mais assustador que um monstro que carrega a morte possa ser, ele é menos aterrorizante do que a verdade: a de que carregamos dentro de nós as sementes de nossa própria morte." (YALOM, 2007, p.13).
O contato com o adoecimento do outro nos remete à possibilidade do nosso adoecimento e do nosso "encontro" com a morte. Quando a doença é nossa, em geral, rápido ou mais lentamente, nos damos conta de que não conseguimos fugir da morte porque ela está em nós, e paramos de nos esquivar dela e de colocá-la como centro da situação: a vida assume um lugar de importância muitas vezes nunca vivido.
"Eu tentei ajudá-la a compreender que, embora a realidade da morte nos destrua, a idéia da morte pode nos salvar. Em outras palavras, nossa consciência da morte pode lançar uma perspectiva diferente sobre a vida e nos incitar a reorganizar nossas prioridades." (YALOM, 2007, p.122).
Essa compreensão sobre a vida, cheia de importância, em geral atinge aqueles que se encontram diretamente com sua morte. Saliento que, em minha opinião, esse contato não acontece apenas quando "quase morremos" por causa de doenças ou acidentes; muitas vezes deixa-se de viver por longos anos, devido a "doenças crônicas", como timidez excessiva, obesidade, etc, e, quando consegue-se superar isso, a vida recebe um novo significado: ela é curta demais pra perder mais tempo...

Mas, em geral, entramos em contato com a morte através de outras pessoas. Nesses casos, tendemos, em geral, a nos afastar: a morte do outro, ou sua possibilidade "iminente", - todos nós não vivemos potencialmente e iminentemente prontos para a morte? - nos fazem temer nossa morte, nosso adoecimento, a perda das nossas vidas.
Penso que é por isso que, muitas vezes, pacientes terminais vivem isolados: seus amigos e familiares se afastam, talvez inconscientemente, por medo da própria morte, medo do contato com essa verdade da qual fugimos todos os dias, adiando atividades para "amanhã": abraços, palavras de carinho, verdades duras, beijos desejados...
Os pacientes psiquiátricos também vivem isolados, especialmente aqueles internados. A realidade da "loucura" é ameaçadora para a maioria: revela nossa iminente possibilidade de adoecer também, de perder o "controle" sobre nossas vidas - temos esse controle?

"Se eu gritasse ninguém poderia fazer mais nada por mim; enquanto, se eu nunca revelar a minha carência, ninguém se assustará comigo e me ajudarão sem saber; mas só enquanto eu não assustar ninguém por ter saído dos regulamentos." (LISPECTOR, 1998, p. 63).
Adoecer é ter que assumir, involuntariamente, a nossa fragilidade eterna. E parece que assumir-se frágil é ameaçador; ser frágil é um passo para dizer-se MORTAL, e essa é uma palavra quase proibida em nossa cultura ocidental.
Em culturas orientais, a morte é falada com mais naturalidade e constância, desde tenra idade, levando a um contato mais tranqüilo e sincero com nossa fragilidade humana... embora a forma como alguns países orientais encaram o adoecimento humano também possa ser criticado...
O fato é que nós tendemos a nos afastar da morte, ao menos imaginativamente. Evitamos pensar nela, tocar nela, vê-la. E, consequentemente, evitamos a VIDA. Evitamos pensar em nossa finitude, e evitamos tocar a vida, na vida, com toda a nossa possibilidade, com toda a nossa humanidade.

"Se eu der o grito de alarme de estar viva, em mudez e dureza me arrastarão pois arrastam todos os que saem para fora do mundo possível, o ser excepcional é arrastado, o ser gritante." (LISPECTOR, 1998, p.63).
Os que não conseguem mais evitar o toque mão-a-mão com a morte, vivem com mais intensidade, com uma pureza indescritível... muitas vezes com uma dor inigualável, pois são afastados do convívio geral, são incompreendidos... Vêem o mundo por uma ótica "diferente" demais...

Precisamos superar nossas limitações, todos os dias; precisamos nos aprimorar, sempre.
Temo a morte, como a maioria; mas não quero me afastar dela: quero viver lado a lado com ela, quero lê-la nos livros, tocá-la na vida dos que a conhecem, quero senti-la comigo, e viver com muito mais sabedoria e intensidade do que antes.
Quero me metamorfosear. Quero ver as coisas como são. Convido você a pensar sobre isso... e, quem sabe, também encarar o medo da morte, sentir a morte em si, e descobrir o sentido da vida: vivê-la hoje, com a liberdade e responsabilidade devidas.

"É uma metamorfose em que perco tudo o que eu tinha, e o que eu tinha era eu - só tenho o que sou." (p.67)
"O que temia eu? ficar imunda de quê? Ficar imunda de alegria." ( LISPECTOR, p.73).

Natalie S. Dowsley.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Libertando-me do casulo

Estou feliz. Ansiosa
Por, depois de me espremer em um casulo
Sufocante, apertado,
Pequeno pro meu coração,
Estar começando a sair... a voar.

Quero começar voando lento,
Batendo as asas ao meu tempo,
Sem pressa e sem medo,
Sem dor e sem lamentos.
Quero viver a vida, com vida,
E ser feliz a cada momento.

Quero fazer tudo o que sempre quis
E fazer agora, hoje,
Sem planos futuros
Que adiam a vida, antecipam a morte...
Preciso fazer no presente
O que há para ser feito,
E não adiar, não pestanejar, não me destruir pelo não-vivido...

Sorrirei, cada dia, pelo dia que vivo,
Fazendo o que é preciso,
O que é pedido pelo meu coração
Em desejos latentes.
Tatuarei na pele
A borboleta que me tornei
E voarei intensamente, com o coração de hoje,
Mas um sorriso muito mais leve que o de ontem.

Você verá a mudança
E será feliz comigo
Porque me ama, me quer bem.
As frustrações de tantos anos,
Que carrego, arduamente, em meu corpo inteiro,
Serão passado, terão passado,
E serei, junto com você, mais plenamente feliz.

Minha gargalhada, alta e indiscreta,
Será mais honesta,
Real;
Minhas lágrimas cairão, ainda,
Muitas vezes,
Mas muito mais de tanto rir,
Muito mais de tanto amar.

Reencontramo-nos em breve
Eu e minha vida,
Prontas para recomeçar
E viver os longos dias
Não vividos na longa vida
De até então.

Natalie S. Dowsley.
(Saindo do casulo dia 18/02/09! Rezem por mim!=)

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Reflection

ReflectionChristina Aguilera

Look at me
You may think you see
Who i really am
But you'll never know me

Everyday
It's as if i play a part
Now i see if i wear a mask
I can fool the world
But i cannot fool my heart

Who, is that girl i see
Starring straight
Back at me
When will my reflection show
Who i am, inside

I am now
In a world where i have to hide my heart
And what i believe in
But some how
I will show the world, what's inside my heart
And be loved for who i am

There's a heart that must be free
To fly
That burns
With the need to know
The reason why

Why must we all conseal
What we think
How we feel
Must there be a secret me
I'm forced to hide

I won't pretend that i'm
Someone else for all time
When will my reflection show
Who i am inside
When will my reflection show
Who i am, inside.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Pra não dizer que não falei... dos espinhos...

A resposta

Torturo-me há horas
em busca de respostas que me fogem.
Procuro fora e dentro,
dentro e fora;
inverto ordens buscando
finalmente o fim.

Não encontro nada
que não seja alívio instantâneo
e temporário.
Os minutos dançam sobre mim
e meu corpo não aguenta mais.

Telefono e desligo,
te questiono, absurdo!
A resposta está em mim...
Onde?!! Onde?!!
Não sei...
Mas está.

Fui ali, acolá,
fucei, investigei,
refleti, chorei.
Não sei mais pra onde olhar.
Já me abandonei.
A tristeza é que ficou. E não sai.

Será que já começo a me deteriorar?
Tão cedo, tão jovem?
Será que sou fraca,
será que sou forte?
Você sabe? Me conta...

Amanhã será há poucos minutos
E eu deposito nele minha fé.
Quero acreditar que adormecerei
Sonharei,
Receberei de mim, em transe,
a resposta que em dia
não alcancei.

Assim esperarei.

Natalie S. Dowsley.